A Pedagogia da Alternância requer projetos ou rumos que possibilitem ao discente ter coerência das finalidades e dos objetivos do conhecimento. Por isso pode-se afirmar que esta metodologia é permeada de instrumentos pedagógicos que dão oportunidade de o discente respeitar a ciência como ferramenta de produção do conhecimento. Estes são indispensáveis para viabilizar a ligação, continuidade coerência, unidade e integração entre os espaço-tempo de formação (GIMONET, 2007).
Seja no tempo/espaço escola seja no tempo/espaço comunidade permeiam ferramentas pedagógicas que interagem dentro de um sistema de integração que não ocorrem de modo isolado; no término de um emerge outro. Estes instrumentos ou ferramentas são denominados Mediações didático-pedagógicas.
As Mediações didático-pedagógicas representam a base da Pedagogia da Alternância. Sem estas mediações não há implementação da alternância. Esta não passará “de uma bela ideia pedagógica, porém sem realidade efetiva” (GIMONET, 2007 p. 28). Cada procedimento das mediações é como um elo que une os saberes e fazeres acadêmicos com os saberes e fazeres da família e da comunidade.
Se planejados e executados de modo correto trarão êxito à boa condução da metodologia proposta para o curso; caso contrário serão apenas palavras bem escolhidas para práticas pedagógicas integradoras, porém sem a devida efetivação de tais práticas embora os princípios para tais estejam fixados nos documentos institucionais analisados.
Estas mediações tem como base o trabalho humano não alienado e sua historicidade dentro da realidade rural, portanto podem se encaixar em qualquer contexto que permeia as transformações socioeconômicas do campo.
As mediações didático pedagógicas movimentam-se como uma engrenagem que permite o funcionamento das finalidades, princípios e pilares motores da Pedagogia da Alternância para que se faça o percurso no caminho permanente de idas e vindas entre a realidade de vida e o processo pedagógico.
“Os Mediadores Didáticos não estão prontos, absolutamente fechados e numa lista a ser cumprida (…) Precisam ser sempre recriados, ressignificados, em acordo com as exigências atuais, à realidade de cada território e dos sujeitos implicados” (BEGNAMI, 2019 p. 125).
É pertinente que a equipe docente do curso que utiliza ou utilizará a alternância pedagógica como metodologia seja frequentemente e periodicamente treinada de modo a executar as mediações, sem contudo serem pressionados a utilizarem destas de modo perfeito. Ademais, para muitos profissionais da educação, esta metodologia, assim como suas mediações, é uma novidade em seu percurso profissional, principalmente se estivermos falado da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica.
Vale a pena a Instituição pensar em uma Coordenação com responsabilidade de linha e/ou uma função de staff, ou seja, que assuma o papel de consultor interno, orientador e de assessoria; ou mesmo especialistas em Pedagogia da Alternância que estejam envolvidos no projeto, se possível, desde o começo de modo a gerenciar conflitos que porventura ocorram no percurso e na execução do projeto.
Vale ressaltar que algumas instituições da Rede Federal, como por exemplo o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Campus Almenara, não contabilizam as mediações didático pedagógicas na carga horária do curso, mas tão somente as mediações “Colocação em Comum” e “Projeto Socioprofissional”, uma vez que estes tornaram-se disciplinas na Matriz curricular do curso e são indispensáveis para a integração curricular.
Os blocos abaixo apresentam as principais Mediações didático-pedagógicas da Pedagogia da Alternância e foi organizado objetivando facilitar a compreensão.
Pedagogia da Alternância Diretrizes e operações do Currículo Integrado 