Plano de Estudo

Imagem: Mediações para o trabalho pedagógico. Adaptado de Gimonet (2007).

O Plano de Estudos é a “pedagogização da alternância; é a forma concreta de tornar em ato as potencialidades da alternância; é o veículo que leva para a vida as reflexões, as questões, as conclusões” (NOSELLA , 2012 p. 208). É como um roteiro de pesquisa e um guia de trabalho. Geralmente é elaborado pelo grupo de professores antes da saída para o tempo/espaço comunidade.

Mas o Plano de Estudo não é um questionário com perguntas a serem respondidas durante o tempo/espaço comunidade. Sua construção é resultado de elementos de estudo, reflexões sobre situações, fatos e comparações oriundas da análise dos tempos e espaços integrados aos temas relativos às situações da vida profissional, familiar, social e pessoal do aluno.  Segundo Nosella (2012) “o enfoque do Plano de Estudo é a conscientização: “é um compromisso dos alunos e de sua família para analisar sua própria vida” (NOSELLA, 2012 p. 86).

Foto: Monitor em visita à propriedade de aluno do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, em Regime de Alternância no IFNMG-Campus Almenara analisando e orientando execução de atividades das disciplinas técnicas em Plano de Estudos.

“É elaborado um roteiro de atividades de pesquisa e de interlocução com a família e a comunidade, com base em “tema gerador”, previamente definido, a partir das demandas econômicas e socioculturais do Plano de Formação” (PPC /IFNMG, 2019).

Seu conteúdo é como um instrumento de pesquisa em resultado de uma atividade oral em grupo. Sua estrutura é fruto de questionamentos em movimento realizados pelo grupo de alunos com professores sobre questões interessantes a respeito dos temas de estudo. “Os temas definidos possuem uma lógica de progressão cognitiva e relacionam-se com a realidade das comunidades de origem dos discentes, contextualizando os conhecimentos escolares” (PPC/IFNMG, 2019). Daí, o conhecimento adquirido em sua experiência profissional familiar será aprofundado nos estudos e no trabalho, e aos poucos descobrindo o conhecimento cientifico nas coisas simples do dia a dia.

O aluno prossegue seus estudos anotando no caderno da realidade as observações e as questões que vão surgindo durante seu cotidiano. Segundo Gimonet (2007), o Caderno da Realidade é a mediação didático-pedagógica onde o plano de estudo encontra-se o seu acabamento (GIMONET, 2007 p. 37). Para Benísio (2018), “o Plano de Estudo não se encerra com a apreciação e organização do Caderno da Realidade (…) a avaliação do Plano de Estudo integra todas as disciplinas, o que chamamos de “nota comum” (BENÍSIO, 2018 p. 61). Isto é, o Plano de Estudos integra a mediação didático-pedagógica conhecida como Colocação em Comum.

O Plano de Estudo fornece segurança ao aluno, pois ilumina seu quadro de trabalho nos diferentes tempos/espaços de formação, impulsiona o interesse pela pesquisa e desenvolve as habilidades de expressão ao longo da execução das atividades guiadas, seja na sua forma oral (conversas com os pais, trabalhadores rurais, vizinhos, associações comunitárias, mestres de estágio, colocação em comum) quanto na sua forma escrita (redação das experiências vividas no caderno da realidade).

Segundo Benísio (2018), os seguintes aspectos devem ser observados quando da avaliação das atividades do Plano de Estudos:
• Se a abrangência da pesquisa foi cumprida (onde, como e com quem foi realizada a pesquisa) e as assinaturas;
• Se a redação do relatório das atividades foi entregue conforme combinado com o responsável de turma e se a redação do texto está com a estrutura correta, isto é, com introdução e redação organizados segundo as normas estabelecidas, e se a conclusão foi inserida após a Colocação em comum.
• Se o conteúdo do texto está organizado de forma lógica, com qualidade, quantidade, e se a organização das ideias no texto estão com linguagem apropriada.
• Se houve participação em todos os momentos de desenvolvimento do plano de estudo, observando aspectos como: motivação, preparação das perguntas, pré-síntese e Colocação em Comum.

Imagem: Apresentação do modo de avaliação dos alunos do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, em Regime de Alternância do IFNMG – Campus Almenara.

“O Plano de Estudo pretende, neste sentido, ajudar o alternante a capital e entender melhor o ambiente onde cresceu, onde vive: suas dimensões, suas riquezas, seus limites… o que é há  de extraordinário sobre a banalidade aparente do cotidiano” (GIMONET, 2007 p.38).

“O Plano de Estudo, mais do que uma atividade, é uma série de atividades. A Colocação em Comum do que foi realizado no Plano de Estudos no Tempo/espaço comunidade revela o compromisso do aluno e da família para com a analise e reflexões sobre sua realidade vivida” (NOSELLA, 2012 p. 209).

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