Intercâmbio Regional de Vivências Técnicas Sustentáveis

Foto: Alunas do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, em Regime de Alternância no IFNMG-Campus Almenara durante a Mediação Didático-Pedagógica Intercâmbio Regional de Vivências Técnicas Sustentáveis

O que é:

O Intercâmbio Regional de Vivências Técnicas Sustentáveis consiste em um conjunto de atividades de intercâmbio em que alunos, de diferentes comunidades e de diferentes municípios da região, compartilham entre si conhecimento técnico, social e cultural. Durante as atividades os alunos intercambistas tem oportunidade de compartilhar vivências técnicas a partir do convívio na propriedade e na comunidade rural do colega, “levando coisas novas um para o outro. Também eles começam a reconhecer espaços sociais e culturais da região” (COORDENAÇÃO DO CURSO, 2021).

As estadias duravam geralmente uma semana. Porém, não há um prazo específico para a duração das estadias e para as frequências dos intercâmbios. Conforme a Coordenadora do Curso, “(…) não tem prazo. Não, não tem prazo. Tem o que? Tem vontade, demanda, relação colega com outro” (COORDENAÇÃO DO CURSO, 2021).

Durante o convívio na comunidade visitada, os alunos intercambistas “viviam toda a parte social e cultural da comunidade e também levavam contribuições de vivências técnicas então eles trabalhavam junto com colega da terra dele” (COORDENAÇÃO DO CURSO, 2021). O aluno que recebe o colega intercambista também, posteriormente, realiza intercâmbio na propriedade do colega que o visitou.

Foto: Alunos do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, em Regime de Alternância no IFNMG-Campus Almenara após atividade de abertura de covas para plantio de mamão e produção de biofertilizante e composto orgânico durante Intercâmbio Regional de Vivências Técnicas Sustentáveis.

Gênese, método e objetivo:

O Intercâmbio Regional de Vivências Técnicas Sustentáveis surgiu durante as reuniões das Assembleias Discentes da primeira turma do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, em Regime de Alternância do IFNMG-Campus Almenara. Nestas reuniões surgiram solicitações para que no tempo/espaço comunidade os alunos que tivessem dificuldade tivessem auxílio dos próprios colegas para que pudessem desenvolver as práticas da disciplina integradora ‘Vivências Técnicas Sustentáveis’.

Durante as Assembleias Discentes, os alunos começaram a solicitar à Coordenadora do Curso, que fazia a mediação das Assembleias, para que alunos que tinham maior conhecimento técnico em algumas práticas fossem à sua propriedade, pois estes afirmavam ter dificuldade em desenvolver técnicas. Por isso percebiam a visita do colega em sua propriedade como solução.

por exemplo no [fulano] não tinha plantio de feijão, então um colega começa vai fazer intercâmbio com outro. Então… exemplo, Jequitinhonha. Os alunos de Jequitinhonha faz o intercâmbio com os alunos de Jordânia e os alunos de Jordânia vão para Jequitinhonha, vão para casa dos colegas e eles ficavam na casa dos colegas” (COORDENAÇÃO DO CURSO, 2021).

Segundo a Coordenadora do Curso, isso foi observado durante um tempo e se tornou uma Mediação Didático-Pedagógica com um nome didático, específico. E hoje é uma Mediação Didático-Pedagógica que não pode faltar. Mas infelizmente, devido à Pandemia de COVID-19, ela teve que ser descontinuada. Portanto, a segunda turma, que ingressou em 2019, não teve oportunidade de viver os intercâmbios.

Percebe-se que a gênese desta mediação é tal como a Pedagogia da Alternância: um movimento dos sujeitos do campo por um tipo de escola que coubesse saberes e fazeres seus e de seus filhos fez surgir essa metodologia com processos tão complexos mas que deram tão certo que foram pedagogizadas. E foi isso que aconteceu também no IFNMG-Campus Almenara. Segundo a Coordenadora do Curso:

Foi uma necessidade. Ele foi um movimento; ele surgiu a partir do movimento do currículo. Os nomes foram dados por mim porque são nomes didáticos. Agora a ação é da necessidade; a necessidade criada. Surge muito na Assembleia discente. (…) ‘Ah! Óh professora, deixa fulano de tal ir lá pra minha casa para vê se me ajuda’ Isso é o que? Aí eu pego isso e dou o nome didático-pedagógico, que é preciso. Aí você vai (…) Não era a gente que escolhia. Então, em Assembleia eles escolhiam. ‘Ah! eu quero ir para casa (…) Ah! Vamos agente fazer intercâmbio’ ” (COORDENAÇÃO DO CURSO, 2021).

Segundo a Coordenadora do Curso, “eles fizeram muito esse intercâmbio na época do Projeto Socioprofissional; um foi ajudar o outro. (…)”. O objetivo do Intercâmbio Regional de Vivências Técnicas Sustentáveis é fortalecer os laços de solidariedade e de amizade entre os alunos e também fortalecer a agropecuária regional.

Quando realizam o intercâmbio, cada um levava novos saberes para o outro colega, daí a agropecuária regional é fortalecida, pois, junto com o intercambista, novos conhecimentos e novas técnicas chegam na comunidade. O intercâmbio também objetiva fortalecer o desenvolvimento social, cultural e político dos alunos. Durante os intercâmbios, os alunos tem oportunidade de reconhecer espaços sociais, culturais e políticos das diferentes comunidades nas diferentes regiões.

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“Na Alternância não há aluno, mas ator socioprofissional, no sentido de que o estudante deve se tornar ativo no processo educativo” (BEGNAMI, 2018 p. 122).

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