As incertezas da relação Trabalho e Educação na história da Pedagogia da Alternância

Foto: Professoras do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio em Regime de Alternância do IFNMG-Campus Almenara visitando família de aluna do curso como parte das Mediações Didático-Pedagógicas

No início do século XX, em Sérignac-Pebeudou, em Lot-et-Garone, no sudoeste da França, os pais viam nos seus filhos jovens incertezas em respeito à sua identidade, o seu lugar no mundo e o futuro. Além disso, na França nos anos 1935 permeava numa conjuntura de guerra e plena revolução industrial. O contexto da época pressionava o homem do campo. Muitos largavam a sua terra mãe e apegavam-se aos interesses econômicos de viés capitalistas trazidos pela escola da cidade.

A vida no campo e a escola na cidade passaram a ser sinônimo de incertezas para as novas gerações daquela época. Enquanto alguns viam na cidade a visão de um plano a longo prazo para suas vidas, outros tinham como plano um futuro na comunidade rural onde viviam, junto de seus pais, por isso não queriam ir para a cidade estudar. (NOSELLA, 2012).

Imagem ilustrativa da relação trabalho e educação

A guerra e a produção industrial eram mais importantes para o Estado do que o êxodo rural e a miserabilidade dos povos do campo. (FROSSARD, 2017; NOSELLA, 2012). Segundo Mocelin (2016), o período que marcou a criação da Pedagogia da Alternância foi um período marcado por “pensamento educativo centrado na liberdade e cidadania” (p.20) com base na visualização de direitos e deveres, resquícios de democracia, porém colorida com simplicidade surpreendente.

A integração da consciência de direitos dos povos do campo chegou ao conhecimento do sindicato rural local que passou a vê-la como consciência ética e cívica, passando a toma-la como uma pauta de discussões. Estas discussões passaram a ser efetivamente debatidas em prol dos direitos da comunidade de Sérignac Péboudou que, já naquela época, era uma das tantas comunidades rurais esquecidas pelo poder público.

“Os agricultores então, vinculados a um sindicato e um movimento cristão de ação social chamado Le Sillon, de Marc Sangnier, tornaram-se motivados e engajados a construir algo que possibilitasse a permanência do Jovem no campo e também o seu desenvolvimento” (MOCELIN, 2016 p. 20).

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